domingo, 5 de fevereiro de 2012

Não sei se a greve é o melhor caminho.

Abandonar a comunidade e deixá-la perdida diante do caos e da violência é no mínimo desonroso, mas deixar uma área tão importante como a segurança pública sem devidas condições de trabalho é tão ridículo quanto. A questão é, precisamos resolver o problema, precisamos agir rápido, temos de proteger a sociedade e ao mesmo tempo proporcionar a essa classe trabalhadora, condições dignas e sólidas de exercer seus deveres. Não sei se é perceptível, mas sim, estamos aqui discutindo a greve dos Policiais Militares da Bahia, um assunto um tanto quanto delicado, mas não impossível de ser esclarecido. Primeiro vamos analisar o que querem os Policiais Militares, o que eles pretendem, quais os seus propósitos, se estão agindo adequadamente, se estão realmente com a razão e se o ato, a “greve” é mesmo a melhor maneira de alcançar os objetivos tão sonhados - digo sonhados por que a nação brasileira ainda não aprendeu a sair do seu status quo. Depois vamos entender como fica a segurança da comunidade, o direito de ir e vir, permanecer e ficar, andar pacificamente pelas ruas da cidade. E por fim vamos aqui apontar maneiras, simples, fáceis e mais eficazes para tais questões.

“Se coloque no lugar do outro”-

Se fosse um Policial Militar diria:
Queremos condições dignas de trabalho. Queremos que o povo baiano entenda que o Governo não cumpre com o estabelecido pela Lei, como no caso da Lei 7.145 de 19 de agosto de 1977, principalmente no que tange os artigos que seguem do 7º ao 22º daquele estabelecido, que deveria ter entrado em vigor na data de sua publicação, ou seja, no dia 19 de agosto de 1977, são anos e anos de não cumprimento da lei, e também são 11 anos de espera nas mudanças ali acarretadas, mudanças estas feitas no ano de 2001. Que o Governo quer acabar com a nossa instituição, e que o Governo não paga insalubridade, periculosidade e muito menos os acidentes que sofremos todos os dias na luta contra a violência coletiva, contra o tráfico presente em nossas cidades, contra a fúria social. Que o Governo critica, mas não se dispõe a ajudar, que o Governo reclama da ação da Policia Militar, mas não dá assistência, não presta conveniência. Que não é a população, mas sim o Governo que nós queremos atingir, é o Governo que nós queremos que se solidarize, precisamos de melhores condições, de proteção também, por que temos família, por que saímos todos os dias para proteger os cidadãos, mas deixamos nossas famílias em casa, nossos filhos nas escolas e em razão disso, queremos sim, um salário justo e que dê pelo menos para pagar os nossos impostos, por que o salário é nosso, mas na roda giratória da economia, o dinheiro é de vocês governantes.

Sou uma cidadã e digo:

Queremos paz, queremos caminhar por nossas cidades, sem que sejamos agredidos ou expostos a qualquer tipo de violência. Queremos que os nossos Policiais Militares recebam não só um salário digno, mas também a proteção adequada, por que são gente da gente e como a gente. Queremos que nossa Polícia seja devidamente treinada, revestida de seu material próprio na luta contra a insegurança. Queremos que o Governo pare de se fazer de vítima e dizer que os Militares são “burros”, por que se eles assim são é por que a devida formação e condição é dada por vocês Governantes, afinal de conta, como expressa a nossa exímia Carta Magna, cabe ao Governo do Estado o estabelecimento da Polícia, dos Bombeiros e outros mais. Queremos sair livres e queremos evitar as mortes que acontecem e vem acontecendo todos os dias, mortes de inocentes. Seria muito dizer que o fim dessa violência toda é nosso maior desejo? Claro que não! Somos todos cidadãos na busca pela ordem, não queremos só segurança, também queremos saúde de qualidade, educação, liberdade, queremos tudo isso, mas se a segurança já não nos é mais possível que dirá dos outros direitos.

Algumas formas de se resolver o problema-

Mas antes de explicar as formas, é necessário explicar a sociedade que ela tem o poder máximo e que a depender dos seus atos a mudança pode ser significativa. A violência sempre foi à primeira resposta do ser humano, prova disso são as grandes guerras pelo qual a humanidade já passou para chegar aos níveis de evolução (eu digo violência neste sentido por que um tipo de greve Militar tem sempre um resultado depredante). Pois bem, vamos às formas - a longo prazo é claro, as coisas tem que ser feitas gradativamente - Políticas públicas seria a melhor forma de resolver tal questão, e como é isto? Nós temos na sociedade os chamados "grupos de pressão" - eles são determinantes para que as mudanças aconteçam, são grupos que se unem para representar dentro do sistema de poderes, as idéias e precisões da "massa"- Entenda massa como o povão, gente como eu e você, se esses grupos trabalharem para o restabelecimento social, cobrando ativamente dos Governantes as suas tarefas para com a sociedade, com certeza, preste atenção nesta palavrinha mágica - "com certeza", eles terão de agir, vão de qualquer forma cumprir com suas devidas e concretas atribuições e também não vão faltar com o respeito a nossa comunidade, muito menos a nossa Constituição, talvez eu esteja sendo radical, mas tenho que dizer como cidadã que sou, e nesse papel eu reconheço que também falto com meus deveres, com minhas tarefas para a garantia dos meus direitos - Temos direito? Claro, óbvio que sim, mas temos deveres também, o dever de cobrar, de fiscalizar, de correr atrás pacificamente de nossas garantias... Se a sociedade soubesse dessas Leis que protegem o estatuto do trabalhador militar e se eles também comunicassem (sob uma espécie de aviso prévio) que entrariam em uma "suposta greve" e pedissem uma ajuda da população, de novo, com certeza, a população se manifestaria por quê? Simples! Por que estariam condicionados a perca de sua liberdade de ir e vir, de sua segurança, de sua proteção (como é o que vem acontecendo). Essa é uma das medidas simples para resolver as questões sociais, todos juntos, pacificamente, sem violência podemos combater a falta de prestação social dos nossos Governantes, isso é fato, pois o povo "se soubesse da força que tem ninguém o faria de refém". Outra coisa sincera e radical que daria certo é que ao invés da greve dos Policiais Militares, por que não a greve dos impostos. Absurdo? Claro que não, absurda é a onda de violência que estamos vivendo, as restrições aos direitos de liberdade. E o Governo, se deixarmos de pagar impostos não ficaríamos sem os serviços que nos são dedicados? E desde quando esses serviços nos são oferecidos, sim por que a saúde pública é uma extensão do descaso do Poder, a educação não é mais respeitada, prova disso são os professores que assim como os Policiais são uma das classes mais importantes para a formação de uma sociedade e são altamente desrespeitados. Então, a greve dos impostos é uma sugestão bem mais pacífica do que a greve dos Policiais Militares e com certeza teria um grande retorno para a população.  Estas são duas, "das muitas" formas de se combater a violência, de proteger a massa e de cumprir com seus deveres para exigir direitos, porém existem muitas outras que juntos podemos propor.

Vou sempre, desde que eu concorde e ache justo defender os ideais Constitucionais-
“É assegurado o direito de greve, sendo vedado a de caráter paramilitar”.
- Trechos Constituição Federal/ 1988.
“Que me perdoem os que não entendem, mas às vezes nem as Normas Constitucionais tem voz ativa para com o povo”.

Bom seria se toda essa revolta fosse canalizada para o bem-
"Segurança é um direito fundamental, um direito social, um direito democrático, um direito de todos, direito este que tem de ser garantido e jamais discutido. É uma conquista do povo brasileiro".





Referência 
T.R/ Os livros que ainda não li- BA. 05-02-2012. “A comunidade dos sonhos”.

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